domingo, 22 de dezembro de 2013

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Nº 53 | setembro / outubro 2013
Ágora

I Jornada Literária do Vale Histórico | Da Redação
Grande foi a efervescência cultural promovida, em setembro, pela ação conjunta do Instituto UKA e do Polo de Leitura Vale Lendo com o apoio da Academia de Letras de Lorena.

Sob a coordenação do escritor Daniel Munduruku aconteceu a I Jornada Literária do Vale Histórico, evento que reuniu escritores de projeção nacional, como Pedro Bandeira, Thiago de Mello, e Rogério Andrade Barbosa, escritores índios como Roni Wasiry, Cristino Wapichana e Tiago Hakiy e outros escritores ligados ao tema que orientou a jornada como Maria Inez do Espírito Santo, Heloísa Pires Lima e Matê.

“Tradições orais e literatura” foi o tema proposto que, segundo os organizadores, “é uma referência necessária à discussão sobre literatura e oralidade, dois marcos importantes na constituição e fortalecimento da escrita como ponte e transição entre os saberes tradicionais - oralidade - e a sociedade letrada da qual fazemos parte”.

Durante os três dias de jornada, os autores se revezaram entre palestras, mesas redondas e visitas às escolas públicas e particulares e outros espaços educacionais de Lorena e Guaratinguetá.

O evento também contou com uma apresentação teatral.

“A Jornada Literária se caracteriza pela intervenção em diferentes espaços educacionais (escolas, bibliotecas públicas ou comunitárias, entre outros) a partir de um prévio trabalho realizado com a comunidade escolar sobre a obra do(a) autor(a). Esta é uma condição sine qua non para que a escola ou espaço educativo possa receber o escritor ou a escritora”, afirmam os organizadores.

A programação “foi elaborada para acolher esta temática e também para ir além dela, pois acreditamos ser de máxima importância a formação da consciência de nossos jovens para a construção da identidade brasileira. Nossa jornada tem, portanto, como objetivo principal atingir os jovens e as crianças em idade escolar acreditando que será um importante instrumento para contribuir na capacidade leitora de nossas cidades localizadas no vale histórico.

Optamos por esta dinâmica de jornada literária por entender a importância de envolver as escolas no conhecimento da obra de alguns autores brasileiros em atividade, dando especial enfoque aos que trabalham com a temática em questão.”.

Cada unidade escolar ou espaço educativo recebeu dois autores para interagirem com as crianças/jovens compartilhando saberes/experiências sobre seus livros e outras culturas.

Participaram desta jornada as escolas municipais de Lorena: Regina Bartelega, Geraldo Alckmin, Mário Covas, Aldelina Alves Ferraz, CAIC e Ruy Brasil Pereira. Em Guaratinguetá, a Escola Fernando Alencar Pinto e a Obra Auxiliar de Santa Cruz foram contempladas.
Juntamente com a jornada, aconteceu a 4a edição do Seminário Vale Lendo, realizado pelo pólo Vale Lendo, organização voltada para a disseminação da leitura literária, trabalho desenvolvido há alguns anos em Guaratinguetá e que agora pretende disseminar-se para outras cidades do Vale do Paraíba.

Adotando o tema “Por um Vale mais leitor”, o grupo de voluntários coordenado pela Irmã Ilísia Medeiros promoveu um intenso dia de trabalho que envolveu um bate-papo sobre o tema, palestra, oficinas e momentos culturais.

Destaque para a palestra do poeta amazonense Thiago de Mello, 87 anos, autor de vários livros traduzidos para mais de trinta idiomas e que, em seu exílio no Chile após a instalação do regime ditatorial no Brasil, tornou-se amigo e colaborador de Pablo Neruda.

Uma vez mais, durante os debates, a organização de Planos Municipais de Incentivo ao Livro e à Leitura foi colocada como condição premente e inadiável à constituição de um planejamento que vise ampliar a quan-tidade e aperfeiçoar a qualidade dos leitores no Vale do Paraíba.

As alternativas são várias. O que falta é comprometimento político de governos ineptos e incapazes de adotar medidas efetivas para que a leitura esteja presente, de maneira cada vez mais intensa, no cotidiano de crianças, jovens, adultos e idosos das mais diversas camadas da sociedade.


Afinal, acesso à informação e à cultura é direito mais que assegurado na Carta Magna do país.